Por Margarete Silva

Sempre me emociono ao lembrar dos bons momentos que passei nesse COLÉGIO. As dribladas que procurava aplicar em dona Valdice; os pulos pelas janelas para encontrar um namoradinho – esse, coitado, nem na mão, pegava; ir ao comércio (rua João Pessoa); desfilar com aquela farda linda, com a saia enrolada na cintura para ficar curtinha – mas um shortinho na cor da mesma, por baixo; ir aos programas Roteiro das Onze, os quais aconteciam nos cines Vitória, Rio Branco e Aracaju e, na Rádio Cultura, entre outras… . Num desses programas (Cine Vitória), participei do concurso de dança individual, do qual fui vitoriosa. Recebi como prêmio, um conjunto de toalhas cor de rosa. Fiquei muito feliz, porém, tinha o outro lado da questão: meu nome foi anunciado ao vivo, pelo apresentador Gilvan Fontes, através da rádio Cultura. Como justificar isso aos meus pais, que achavam que eu estava no colégio? Nesse dia, o programa tinha sido organizado por uma das turmas da 8ª série, onde minha prima, Lizieux (simplesmente, Zier, para nós), fazia parte dela. Foi ela quem me salvou de levar uma bela surra.Risos. O tal conjunto de toalhas ficou guardado por algum tempo, até que eu pudesse mostrá-lo para os meus pais.
Além desses momentos maravilhosos, também tive o privilégio de representar o colégio no período de 1973 a 1975, em grupo e individualmente, na modalidade esportiva de GINÁSTICA OLÍMPICA, hoje, mais conhecida como GINÁSTICA ARTÍSTICA, onde fui campeã e vice. Devido a esses resultados, fui convidada para fazer parte da seleção sergipana nessa modalidade, pela qual, representamos o estado nos Jogos Estudantis Brasileiros – JEBs, em Brasília e Maceió, por dois anos. A equipe era formada por mim, Vanailde, Sônia, Elizana e tínhamos como técnica a querida Lourdinha.
Eu sempre chegava atrasada e apressada nos treinamentos. Aí a técnica dizia: “chega logo, Margarete, vai para o aquecimento” Eu respondia: “já estou aquecida. Vim quase correndo de casa; já lavei prato, limpei a casa”, esta era a maneira de agradar minha mãe, para que ela me deixasse fazer ginástica. Naquela época, o esporte não era levado a sério, como hoje. Era considerado por muitas pessoas apenas, brincadeira. Meus pais, quase não me deixaram participar dos campeonatos, inclusive dos brasileiros, se não fosse a interferência de uma pessoa da secretaria de educação, a qual não estou lembrada seu nome. Lembro-me que essa pessoa foi a minha casa, à noite, falar com meu pai para que ele concordasse com a minha participação nos tais campeonatos. Em 1993, em Brasília, ficamos em 7º lugar no Brasil.
Tem uma coisa que vou contar para vocês: sempre que vou a essa festa e vejo aquela banda se apresentar, a vontade que tenho é de desfilar junto, como baliza… Quem sabe um dia isso acontecerá! Fico muito emocionada, não dá pra segurar as lágrimas! Parece que estou vivendo aqueles momentos de apresentação na ginástica!
Escrever estas linhas foi muito emocionante. Parece que estou vivendo tudo aquilo. Chorei em alguns momentos e o coração bateu mais forte. Perdoem-me se fui chata em fazer este depoimento. Tenho quase certeza que existe muitos ex-colegas que também tem belas histórias para contar sobre as nossas vidas no Colégio Atheneu Sergipense.
Um grande abraço para todos e até o dia 03/12/2011, com certeza, se Deus quiser!!
Margarete Silva é também ex-aluna do Atheneu, participa da festa todos os anos e escreveu esse depoimento em 25/11/2011
P.S.:
João Quintino de Moura – recebi esta mensagem poucos dias antes da festa de 2011. Imediatamente pedi a Lucia para entrar em contato com Margarete e dizer para ela que se a costureira garantisse que podia fazer a farda em tempo, a gente garantia a participação dela no desfile. A farda foi confeccionada e Margarete até hoje desfila com banda).