Fundado pelo professor Caetano Quaranta dentro do então, Colégio Estadual de Sergipe – nome dado antes de se tornar o Atheneu Sergipense, em 1961 o TECES “Teatro de Estudantes do Colégio Estadual de Sergipe” promovia a releitura de grandes peças do cenário nacional para a sociedade sergipana. Formado por estudantes, as encenações tinham como platéia, familiares e amigos dos alunos e era uma realização pessoal do professor que amante da arte do teatro, por ter vivido a experiência da atuação durante o período de estudos em Ouro Preto/MG trouxe a sétima arte para Sergipe.
O ex-aluno no período de 1960 a 1962, João Bosco Santana de Morais falou sobre a satisfação de ter feito parte do grupo teatral e conta com detalhes momentos da época.
“No segundo ano do científico, Caetano que era professor de química já falava dessa vontade de criar um grupo de teatro, mas não tinha achado ainda quem quisesse participar. Nós éramos uma turma já de 16, 17 anos e ele viu na gente uma galera boa pra montar o teatro. A primeira apresentação foi no dia dos estudantes, a peça escolhida foi “O auto da compadecida” de Ariano Suassuna. Já em maio, junho antes das férias a gente começou a ensaiar, para apresentar em 11 do agosto de 1961. Lembro que com essas peças a gente viajou pros interiores participando de outras apresentações e também participamos, em um Maceió de um festival que teve lá”, afirmou.
Em tom saudoso, Bosco fala das apresentações que eram abertas ao público, que pagavam para assistir, seus filhos, netos e amigos em releituras amadoras montadas com poucos recursos.
“Era muito bom participar, a gente não ganhava nada em dinheiro, mas nos divertíamos muito. Lembro que Caetano criou uma carteirinha para os alunos serem associados do TECES, cada um pagava um valor, simbólico que era o que nós estudantes pobres podíamos pagar e no dia das apresentações esses associados não pagavam o ingresso. Esse valor arrecadado a gente usava para manutenção das coisas do teatro mesmo”, lembra Bosco.
Fundador do primeiro grupo teatral estudantil de Sergipe, o professor Caetano fala da satisfação de ter dados aos estudantes uma experiência diferente. “Fundei o grupo e juntos nós apresentamos muitas peças como o Auto da compadecida de Ariano Suassuna, Minha Sogra é da Polícia, e muitas outras, lá eu era o fundador, o diretor, o maquiador e ainda atuava. Mas foi uma época maravilhosa das nossas vidas e mostrei pros meninos uma nova experiência que com certeza contribuiu muito para suas vidas”, conta entre risos.
Confira os registros guardados pelo ex-integrante do T.E.C.E.S e ex-aluno do Atheneu, João Bosco Santana de Morais, atualmente desembargador aposentado.














